Enfim o fim da Curse of Strahd
A curse of Strahd é uma campanha de rpg para Dungeons and Dragons 5ª edição, ela é ambientada no cenário de fantasia gótica chamado Ravenloft.
Ravenloft é um cenário que é baseado numa idade média fantasiosa onde há humanos convivendo com outras raças como elfos e orcs, mas nesse cenário o oculto, o misterioso o maligno e o perverso são forças ainda maiores, que por muitas vezes preferem tentar contra a nobreza das pessoas do que confrontá-los diretamente. Um lugar onde o heroísmo é punido, e as ações covardes, mesquinhas e autoritárias são recompensadas. O cenário funcionou durante muito tempo como uma prisão dimensional para os piores seres do multiverso da wizard, ao mesmo tempo contendo, dando poderes e alimentando a frustração dos piores vilões de D&D.
Nesta 5ª edição, o cenário se mostrou mais pocket, com o foco maior em um domínio que é a Baróvia, e o seu Lord Sombrio, Strahd von Zarovich, que é o algoz derradeiro da campanha, fazendo os jogadores arrepiarem os cabelos com seus encontros durante os jogos.
Esta campanha durou alguns anos, e ter um fim para ela foi algo muito recompensador, visto que a sina de todo jogador de RPG é jogar várias campanhas que nunca serão terminadas, talvez por falta de interesse dos jogadores, do narrador ou de ambos. Eu entrei na campanha para suprir um jogador que saiu, ele foi morar em outra cidade e não pode mais jogar, então neste momento, éramos em 4 jogadores, o narrador e mais três jogadores.
Eu escolhi interpretar a barda Luna Raducanu, uma mulher do povo cigano que extraia a magia através da arte, suas canções, instrumentos e histórias. Luna escondia um passado sombrio, foi seduzida, engravidou e foi abandonada, isso a deixou mal falada e ela começou a beber, quando foi dar a luz a seu filho, ela teve o mesmo roubado pela parteira e decidiu sair ao mundo atrás de sua prole.
A campanha se desenrolou de forma espetacular sob a batuta do narrador Rafael Raña, ele extrapolou e muito os desafios e materiais contidos no livro, o que trouxe toda uma gama de regras, opções, lugares e npcs que não estão presentes no livro, o material extra ficou muito bom, e fez com que o jogo fosse ampliado. Com essa ampliação, as complicações também vieram, mais um jogador teve que deixar a mesa, e por algum tempo, fomos dois jogadores, tentamos encontrar um terceiro jogador, que ficou relativamente pouco e resolvemos ficar apenas em dois. Muitos meses se passaram sem jogo, o narrador nos motivou a terminar a campanha, jogamos mais algumas vezes, e por falta de disponibilidade paramos novamente. Eu já tinha perdido as esperanças de terminar esse jogo, mas eis que o narrador surge com uma proposta interessante: ter uma quantidade máxima de sessões para terminar, coisa de 3 sessões, onde poderíamos voltar e explorar os conteúdos não vistos anteriormente com os mesmos personagens ou novos, usando o recurso do flashback, o que se tornou muito interessante pois conseguimos fechar a campanha rápido, e caso surja o interesse, voltar e rever conteúdos não explorados.
Decidimos por este caminho, e em três sessões nós conseguimos fechar o arco principal da história, onde Luna e suas companheiras adentraram os portões do castelo Ravenloft, lar ancestral da família Zarovich, desafiou e derrotou Strahd. O final da campanha teve a cena de pós créditos falando de como estavam os NPCs a partir daquele ponto, e nós enquanto jogadores escolhendo o futuro de alguns nos NPCs, e ainda sendo tentados pelas brumas a assumir o lugar de Strahd como novo Lord Sombrio da Baróvia.
Resolvi escrever esse texto para lembrar de uma das campanhas mais memoráveis que que tive o prazer de jogar, e como foi importante a motivação do narrador, e também seu pragmatismo, para que conseguíssemos fechar este arco com sucesso, muito obrigado Rafa, esta campanha vai ficar por muito tempo guardada na memória.
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