Chefe escoteiro em treinamento
Uma das coisas que tive muita vontade de fazer quando era criança e não tive oportunidade foi participar de algum grupo escoteiro. Não tenho certeza se o fator financeiro ou a falta de disponibilidade dos meus pais me acompanharem causou isso, mas é um movimento em que eu sempre fui bastante interessado. Quando minha filha completou 08 anos, eu pesquisei um grupo escoteiro na internet, entrei em contato, e mesmo sabendo quase nada sobre aquele grupo ou o escoteiro geral, levei a guria.
Hoje, minha filha com 13 anos faz parte do movimento, já acampou, se empenhou com as progressões, fez planejamentos, tirou especialidades, enfim viveu muito do que o movimento proporciona. É notório a mudança dela dentro e fora do escoteiro, minha guria sempre foi muito retraída, envergonhada, e n movimento ela conseguiu desenvolver a socialização, a liderança de uma forma bem natural, hoje no colégio, ela é uma das referências da sala, e mais, uma das melhores alunas, justamente por que ela criou autonomia e responsabilidade com os estudos. O movimento escoteiro realmente trouxe muitos benefícios a ela.
Eu como pai presente que tento ser, fiz o meu papel, apresentei a ela o movimento, levei-a em cada sábado que pude, comprei os materiais, incentivei, convenci a mãe em deixar ela participar do primeiro acampamento (onde nós não estaríamos nem sabendo o que estava acontecendo), e os frutos foram muito positivos. Durante muito tempo eu fazia esse trabalhinho de levar ela nos finais de semana para o escoteiro, era nosso momento, pegar o ônibus, terminar um trecho caminhando, e enquanto isso íamos caminhando e falando do movimento, da escola e da vida. Eu passava tardes lá, lendo, observando, de longe, minha filha nas atividades e era muito gostoso. Os adultos do movimento, os Chefes, viam minha disponibilidade e me chamavam para ajudar com tarefas de suporte, carregar uma mesa, ajudar com alguma criança, bater um papo etc, depois de algum tempo me chamaram para uma atividade mais imersa, iria para um acampamento como cozinheiro para os lobinhos (cerca de 30 crianças), aceitei o desafio e apesar de passar os dias praticamente todos na cozinha foi maravilhoso!
Logo quando voltei senti que queria ajudar mais o grupo, oras, se eu já estava ali todo final de semana e disponível, porque não fazer logo parte da chefia? Tinha algo que me incomodava, o fato de, por motivos religiosos, não ter disponibilidade todo sábado, isso me fazia relutar em aceitar os convites para ingressar na chefia, e por alguns anos foi assim, mas aí veio a pandemia…
Com a pandemia que estamos vivendo, o escoteiro mudou seu modelo de atividades, passaram a fazer atividades online, isso fez com que vários escoteiros se afastassem ou dessem uma esfriada no ânimo (inclusive minha filha), e ainda no começo do ano, resolvi que tinha chegado a hora de participar de vez do movimento. No mês de abril fiz o primeiro curso para ingressar na chefia, mesmo EAD, o curso é muito bem estruturado, possui suporte de escotistas mais experientes de outros grupos, muito material teórico para complementação, realmente uma visão geral mas bem fundamentada do papel dos adultos no movimento.
De abril pra cá, eu fiquei meio em stand by ainda não ingressei de fato no grupo, tem algumas questões administrativas que não sei ao certo quais são, mas precisam ser resolvidas primeiro. Com o avanço da vacinação, acredito que ano que vem o escoteiro possa voltar presencialmente ao menos para jovens e adultos vacinados, mas independente, acredito que ano que vem estarei realmente dentro do movimento, e ponto a leitura em dia, e adquirindo novas habilidades para servir ao grupo e aos jovens.


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